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Foi aquela chuva forte de terça-feira. O problema desse tipo de chuvão é que a água entra nos buraquinhos da esquadrilha. O mundo caiu em São Paulo e eu resolvi dormir em meu escritório, que tem um apartamento. Ao ir para o meu quarto, escorreguei feio e deslizei feito uma bola no chão. A sorte é que não caí de cabeça mas, em compensação, bati com o lado direito do corpo. Foi uma queda muito feia. Consegui levantar e me sentei. Na hora, não liguei. Mas, depois de 15 minutos, o corpo começou a esfriar e passei a sentir uma dor insuportável. Não sei como é a dor do parto mas, com certeza, não é maior que essa. Fiquei com o lado direito completamente paralisado e não consegui pedir ajuda por telefone. Não tinha ninguém no andar. A queda foi às onze da noite e fiquei sozinho, até as sete da manhã. Foi um desespero! A minha sorte é que as fraturas não foram na cabeça, e sim entre o cotovelo e o ombro. Estava com dois celulares do meu lado e a televisão perto. Mas não consegui ligar a tevê, para me distrair, nem chegar perto dos telefones. Eu não conseguia mexer nada no meu corpo. Sem exagero, até virar os olhos doía.

 

Milton Neves
Jornalista, 56 anos, sobre o acidente que sofreu em seu escritório, por conta do qual chegou a ser operado.
Março 2009