Foto: AgNews

Eu sabia que estava com alguma delas porque não cheguei a sair do banheiro. Toda minha vida estava no celular. Duas mil e quinhentas fotos da minha família, e-mails. Não é pelo aparelho, mas pelo conteúdo. Perguntei a duas delas se não se importavam de abrir a bolsa e todas começaram a abrir. Eu disse não, que aquilo era constrangedor. Mas elas queriam me ajudar. Eu não queria que ela fosse detida, chorei compulsivamente. Não queria prejudicar ninguém, mesmo que esse alguém tivesse me feito mal. Eu estava com meu celular em mãos, já estava bom.

 

Luiza Tomé
Atriz, 49 anos, sobre o furto de seu celular no banheiro do aeroporto Santos Dumont, recuperado quando, com outro aparelho, telefonou para o seu celular furtado, ouvindo-o tocar dentro da bolsa da ladra.
Setembro 2010